Este filme foi muito injustiçado, talvez pelo seu péssimo lançamento e marketing. É uma comédia meio de humor negro, mas muito inteligente e com alguma ação. Talvez não agrade a todos, mas é inegável o carisma e o talento de Renée Zelweger, que fez este filme antes de "estourar" com "O Diário de Bridget Jones". Ela prova ser uma excelente atriz, merecidamente vencedora do "Globo de Ouro" de Melhor Atriz em Comédia ou Musical. Morgan Freeman está ótimo como sempre, Chris Rock tem um personagem ingrato, um pouco fora do "tom" e o diretor LaBute (praticamente sua estréia como diretor) segura a história com extremo e delicado bom humor até o final.
Para entender um pouco melhor a história, a novela pela qual Betty é "viciada" é a chamada "soap opera", ou seja, a novela no estilo americano, que dura muitas vezes vários anos e é assistida por muita gente, geralmente pela manhã. Este detalhe é importante, pois mostra como os americanos endeusam muitas vezes os seus "falsos" ídolos, ou seja, os personagens muitas vezes sem conteúdo normalmente interpretados por canastrões. Vale tudo pela audiência. E o quanto as pessoas se refugiam atrás destes personagens para não encarar a realidade. Mas o filme trata este tema com muita sobriedade e bom humor.