Não se pode assistir ao filme ENCONTRO DE AMOR sem, ao fim, parabenizar o diretor Wayne Wang por tão brilhante obra (ou seria “memória”?): não esqueceu um clichê sequer, desde a Cinderela-suburbana, mãe de um menino superdotado, que mente a origem pobre quando conhece um político-milionário, a quem dá lições de moral, até a delatação pela inimiga invejosa e por aí vai...

Seguramente, os americanos devem ter adorado ver nas telonas a sua musa inspiradora Jennifer Lopez, mesmo que num romance água-com-açúcar. Afinal, a “Framboesa de Ouro” viria em seguida para “Gigli”, e atrairia a atenção do público para o que foi considerada a pior produção dos últimos tempos.

Mas, ainda em relação a ENCONTRO DE AMOR, nem tudo são espinhos: a imagem de Nova Iorque salta aos olhos (o nome original do filme é Made in Manhattan), quando se colhem belas tomadas do Central Park, por exemplo. Também há a representação da mãe carinhosa, esforçada, e de uma mulher que luta pelo crescimento profissional apesar da maré desfavorável, embora todos já saibamos como tudo vai acabar...

Creio que os admiradores dos romances devam estar exaustos dessas historietas que, só de olhar a capa do dvd, já se sabe o começo, o meio e, principalmente, o fim, versão alternativa ou não. Curioso é a indústria cinematográfica ainda apostar nesse tipo de lugar-comum...