Sempre quando anunciam algum projeto dos irmãos Coen há uma correria para saber maiores detalhes a respeito. Não é por menos, depois da credibilidade alcançada por obras como FARGO (a mais lembrada). Porém, passou longe este E AÍ, MEU IRMÃO, CADÊ VOCÊ? A trilha sonora, realmente, é muito boa (até hoje permanece entre os mais vendidos na lista das "soundtracks"), mas o resto é muito mediano. Faço as minhas palavras as do meu amigo e crítico de cinema Eron Fagundes:
"Joel Coen, diretor, e Ethan Coen, roteirista, chegaram a um impasse na utilização cinematográfica do humor negro em E AÍ, MEU IRMÃO, CADÊ VOCÊ? (2000). O estilo pessoal, criativo, exuberante mesmo de filmar dos Coen não deixa de estar presente em algumas seqüências, como aquela das sereias que vêem os três fugitivos, mas o conjunto é pastoso demais para permitir ao filme sua fluência. Homens de idéias irreverentes, os Coen traçam uma visão das mesquinharias americanas a partir da trajetória de três fugitivos que em sua fuga são verdadeiros azarões diante do Fado. Tudo de errado lhes acontece. Mas tudo vai acabar bem, para valermo-nos duma expressão consagrada do inglês William Shakespeare, entre outras coisas também um professor de melodramas. Transformando sua forma de filmar numa fórmula demasiado fácil, os Coen estão longe de sua melhor forma".