Crítica sobre o filme "Donnie Darko":

Marcelo Hugo da Rocha
Donnie Darko Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 30/10/2003

Sabe daqueles filmes que você não dá nada pela capa do DVD? Outro revés seria a completa falta de informações a respeito do título, principalmente, por não lembrar se chegou a passar nas telas no Brasil. O que temos de interessante, pela capa, é o nome de Patrick Swayze, o ex-futuro-galã. E o que chama a atenção depois, que seu papel - mesmo secundário - vem confirmar que ele poderia ter tido melhor sorte depois de Ghost – Do Outro Lado da Vida (1990). Ele não é um ator ruim, vide Vidas Sem Rumo (1983), mas interpretando um charlatão tipo Lair Ribeiro (poderiam dizer alguns) está soberbo! Drew Barrymore está no elenco porque ajuda na produção também através de sua Flowers Films.

O personagem homônimo do título do filme, interpretado pelo novato Jake Gyllenhall, faz parte - junto ao coelho imaginário ‘Frank’ – de uma das duplas mais esquisitas vista nos últimos tempos nas telas. É perturbador. Justamente por não se encaixar num gênero específico, porque não chega a ser um terror adolescente, evitando os clichês, foi um tremendo fracasso nos cinemas americanos. Diga-se de passagem, que é o seu grande mérito. O flerte com a ficção científica e o sobrenatural plenamente encaixados num roteiro inteligente e enxuto fará a cabeça de muita gente. É daqueles exemplos que daqui há alguns anos virá a ser ‘cult’, como Evil Dead - A Morte do Demônio (1981, homenageado inclusive aqui) ou Blade Runner (1982) descobertos por outras gerações.

Para quem gosta, ao terminar o filme, fechar os olhos para entender o que se passou, precisa ver Donnie Darko. Para quem evita fitinhas simples e procura por algo mais cerebral, encontrou sua programação para a próxima noite! Apague as luzes e curta.