Só vim assistir aqui, em Nova York, influenciado pelas boas críticas que recebeu. Vendo que o filme era lento e romântico, que a dupla de jovens atores era errada, fiquei com a sensação de que haviam caído na cilada. Tinha defendido o filme porque ele foi dirigido por Nick Cassavetes, filho do grande John Cassavetes, que é o pai do cinema independente americano. Quem se enganou fui eu. Tudo isso é verdade. A direção como narrativa é medíocre e cheia de clichês. E a dupla jovem é toda errada. Ryan Gosling (que fez o judeu nazista de The Believer) tem uma cara alongada de corvo, e não serve como galã.
Rachel McAdams (que foi a Queen de Mean Girls) é uma loirinha com cara de coadjuvante, sem personalidade para muito mais. Por isso fica difícil acreditar na história de amor clichê, passada nos anos quarenta, num verão quando uma moça rica se apaixona pelo rapaz pobre que trabalha como lenhador, ou marceneiro. Claro que a família dela é contra, ainda mais quando aparece um noivo rico e bonito (feito por James Marsden, de X-Men). O curioso do filme (e certamente do livro) é que a história tem uma espécie de moldura, é uma história que está sendo contada por James Garner para Gena Rowlands (por sinal, mãe do diretor) num asilo de velhos. E se é fácil adivinhar a surpresa, nem por isso ela é menos emocionante. Quando percebi estava chorando que nem bobo. E chorei muito porque o final é realmente comovente, graças principalmente à simpatia de Garner e o talento de Gena, dois grandes atores que redimem o melhor melodrama da temporada. Espero não ter revelado demais porque o filme é extremamente comovente, merece ser descoberto.