Oficialmente esta é uma continuação de "Desafio à Corrupção" ("The Hustler", 61). Newman retoma o personagem de Fast Eddie, agora vivendo de vender bebida adulterada e financiando jovens talentosos, no bilhar. Quando conhece Vicent (Cruise, o ator mais popular das Estados Unidos em 86), recorda sua juventude e seu apogeu, e com o apoio da namorada dele, a boa atriz Mastrantonio, tenta ensiná-lo os truques da profissão. Mas o rapaz é rebelde e eles acabam se separando. Eventualmente vão se enfrentar num torneio em Atlantic City. O filme tem alguns defeitos (o roteiro evita maiores conflitos, há quedas de ritmo, a trilha é uma visível concessão musical), mas o mais grave é a falta de um final (não há uma conclusão satisfatória para o expectador). Em compensação, o diretor Scorsese não poderia estar mais inspirado. Ele faz verdadeiras acrobacias com a câmera, encontra mil e uma maneiras diferentes de filmar o jogo de bilhar. Também dirige muito bem os atores, em particular Cruise que se esforça para criar um tipo bem diferente do de "Top Gun". Mas não adianta, o filme é de Newman, que aos 62 anos está bonito e melhor ator ainda. "A Cor do Dinheiro" concorreu a 4 Oscar® no ano de 86: Ator (Newman), Atriz Coadjuvante (Mastrantonio), Roteiro Adaptado e Direção Artística.