Teve ótimas criticas inclusive para Tom Cruise em seu primeiro papel de bandido (em Magnólia, era só mau caráter), que ele faz grisalho (aliás nada convincente), melhor dizendo faz todo cinzento (também a roupa dele, para ficar parecendo um homem de aço!). Dirigido por Michael Mann (Ali, O Informante), o filme é um thriller policial, rodado em Alta Definição (segundo o diretor, porque só assim conseguiu capturar algumas imagens que desejava da cidade de Los Angeles). Isso não atrapalha nem um pouco, a fotografia é esplendida, já que a ação se passa numa única noite, do anoitecer até o amanhecer, em Los Angeles, que pelo filme parece uma cidade que nunca dorme.
Começa com um chofer de táxi (Jamie Foxx no melhor momento de sua carreira que eu não conheço tão bem porque começou como humorista na teve na serie In Living Color com Jim Carrey e os Irmãos Wayans). Ele leva uma passageira promotora (Jada Pinkett Smith) com quem flerta, quase sem perceber. Mas ao deixá-la quem entra no carro é um homem bem vestido (Cruise) que lhe propõe conduzi-lo por cinco lugares diferentes da cidade (que o herói já demonstrou conhecer bem) onde tem negócios a realizar. Vão até o Lado Leste, onde de repente cai um cadáver no teto do táxi e Jamie percebe que foi o seu passageiro quem o matou. Dali em diante, resistindo ao revólver, e ainda assim forjando, se não uma amizade, um laço afetivo com o assassino profissional, eles prosseguem pela cidade. É quase um filme de estrada, ou de autovia, já que vão ao hospital onde esta a mãe do taxista (feita pela mesma atriz de Matador de Velhinhas) a uma casa de jazz (talvez a melhor seqüência, inesperada) e até mesmo a boate coreana latina onde está o pagante do crime (uma aparição marcante de Javier Bardem). Não sei se gosto muito de Cruise, depois de O Último Samurai perdi qualquer ilusão sobre ele. É um ator limitado que não tem conhecimento de suas fraquezas e faz sempre a mesma coisa, talvez ria um pouco menos. Não me convence como frio assassino.
Jamie usa a velha técnica de fazer o mínimo possível e até funciona, porque o filme é movimentado, bastante bem realizado. Parece que o diretor Mann evitou fazer um thriller de suspense tradicional (a edição poderia ser mais ajustada, mais rápida) deixando ser um mergulho na noite, quase no estilo do policial francês de Jean Pierre Melville. Interessante.