Crítica sobre o filme "Cidade dos Anjos":

Carlos Cauás
Cidade dos Anjos Por Carlos Cauás
| Data: 17/02/2001

Chame alguém que você ame e veja ´Cidade dos Anjos´ com essa pessoa. Tem os velhos clichês dos filmes de romance, mas esses velhos clichês ainda têm forças para tocar profundamente. O filme mostra como amar alguém tão profundamente a ponto de mudar completamente de vida em busca do sonho de sentir o amor e ser correspondido.

Não é o melhor do gênero, porém é só estarmos levemente apaixonados ou já ter sentido essa sensação (que não sabemos explicar) para sermos tocados pelo filme e até mesmo nos identificarmos com os personagens.

Nicolas Cage é um anjo que tem a função de confortar as pessoas que estão passando por momentos difíceis, e de receber os seus espíritos quando estão morrendo e levá-las para o ´paraíso´. Um certo dia, quando ele vai buscar o espírito de um homem que iria morrer durante uma cirurgia ele conhece a responsável pela operação, a doutora vivida pela Meg Ryan. Encantado com a determinação e o sofrimento dela, ele se apaixona.

Cage está ótimo no filme, consegue falar em tons suaves, fazer um rosto tranqüilo e enigmático transmitindo sempre carinho pelo olhar. O mesmo quanto à atuação convincente da Meg Ryan, levando o espectador a se importar com os acontecimentos da personagem dela. Os diálogos entre os dois são sempre calmos e comoventes. Outro destaque é o ator Dennis Franz, que faz o papel de um anjo que se tornou humano.

A fotografia do filme está de parabéns, principalmente nos momentos aonde os anjos conversam nos altos dos prédios e nos momentos de pôr-do-sol. É de encher os olhos a Los Angeles apresentada. ´Cidade dos Anjos´ é uma refilmagem do filme de Wim Wenders, Asas do Desejo (Der Himmel Über Berlin, Alemanha/França, 1988). Infelizmente não posso compará-los porque não vi o original.

Por fim, a trilha sonora repleta de belas músicas que sempre estão no momento certo. O destaque é claro é a música ´Iris´ do Goo Goo Dolls, além de conter música do U2 e da Alanis Morissette. Aprendemos que a vida é dura mais que nunca se deve parar em momento algum, devemos seguir em frente e continuar vivendo.