Crítica sobre o filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças":

Marcelo Hugo da Rocha
Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças Por Marcelo Hugo da Rocha
| Data: 31/03/2005

Charlie Kaufman virou o escritor “cult” da hora em Hollywood. Aonde ele coloca a caneta, torna-se título fácil entre os amantes do cinema alternativo. Quero ser John Malkovich (99) e Adaptação (2002) são alguns bons exemplos. Brilho Eterno, por outro lado, foi o mais bem sucedido projeto, evidentemente por tratar de um tema mais simples: o amor. Jim Carrey, em excelente caracterização, é um sujeito solitário, de poucos amigos e raras garotas, mas acaba por encontrar seu outro pé-de-meia, Kate Winslet, indicada ao Oscar de 2005 como atriz coadjuvante por este papel. O tempo não é linear, e portanto, somos apresentados a dois casais: o do início da relação e do fim da relação, antes de se submeterem ao processo de apagar as lembranças que ambos desfrutaram juntos.

Porém, no meio do processo de Jim, ele descobre que ainda ama sua namorada e tenta, mentalmente, pois está sedado, salvar suas lembranças. Esta será a grande parte, na qual transcorre o filme, a que somos lançados a torcer para que o final seja feliz. Realmente, é a melhor obra de Charlie Kaufman, e por justiça, levou o Oscar de roteiro original. Brilho Eterno faz-nos refletir o quanto precisamos “deletar” determinadas lembranças afetivas e fazer um “backup” de outras. Excelente!