AMORES PERROS em português literal é "amores cães", o que pode identificar muito bem o filme, conforme bem escreveu o Carlos Cauás. Mas o sentido melhor sem dúvida alguma é AMORES BRUTOS, ou não é fácil identificar a expressão "tive um dia de cão hoje"? Discordo em parte aos comentários acima quando se faz referência a QUENTIN TARANTINO. O cinema mexicano, talvez até rotulado pelas novelas que bem conhecemos pelo SBT, é assim: duro. Senão pelas últimas produções, como E SUA MÃE TAMBÉM (2001). Há um pólo fortíssimo em produções cinematográficas que às vezes se perdem pela distribuição restrita, principalmente, no Brasil. TARANTINO - muito ao contrário - buscou expiração em produções no vizinho mais pobre e no cinema "made in Hong Kong". E quem é um dos melhores amigos dele? Robert Rodriguez, o diretor mexicano mais bem sucedido em Hollywood.
Mas há outros fatores a serem abordados, como a ótima trilha sonora do filme. Bandas e cantores até então desconhecidas, como CONTROL MACHETE, NACHA POP, ZURDOK e os badalados (e sempre "cool") CAFÉ TACVBA e ILLYA KURYAKI & VALDERRAMAS desfilam neste CD duplo e imprescindível para quem gosta de "soundtracks". Pena que não chegou por aqui (corram às importadoras!). A trilha faz o filme. Para quem acha que no México só tem tequila, muchachos, Cáncun e novela do SBT, precisa rever URGENTEMENTE seus conceitos.