Doze Homens e uma Sentença é um típico filme de tribunal americano, apresentado de forma enviesada, onde o júri faz o papel de defensoria e promotoria, na esperança de encontrar a melhor justiça para um rapaz acusado de matar o pai.
Postos os fatos, o grupo se reúne ao redor de uma mesa, numa pequena e quente sala, para decidir unanimemente o futuro do réu. Enquanto alguns esperam uma rápida decisão, já ansiosos por retomarem suas vidas do lado de fora do prédio, um homem preocupado com a responsabilidade que lhe fora delegada, resolve contrariar os demais, afirmando que não está seguro sobre a culpabilidade da pobre criatura.
Assim, um a um dos jurados revela sua opinião acerca do caso e, a cada novo sufrágio, a certeza sobre o delito não é mais a mesma. Por sorte, o sistema jurídico brasileiro não adota tamanha manifestação dos jurados, pois sempre haveria algum pedante pronto para virar a noite num tribunal do júri!
Os filmes clássicos estão aí para comprovar que não é só de efeitos especiais que vive um diretor: neste caso, toda a trama se desenvolve dentro de quatro paredes, sendo que apenas três minutos abarcam outras cenas, e a história nos prende do início ao fim, sem espaço para bocejos. Afinal, quem quer perder um pormenor que poderia inocentar o potencial criminoso?
Para os detalhistas, já que deve ser difícil filmar em espaço tão apertado, vale observar uma rápida passagem de sombra da câmera nas costas de um dos jurados, o que passou in albis quando do retoque final.
Curiosidade da família Fonda: Henry Fonda é pai de Jane e Peter (Henry) Fonda. Peter é pai de Bridget Fonda (Jackie Brown, 97) e Justin Fonda (fez apenas uma ponta como ator num pequeno filme de 2000, “Big Eden”).