Depois de se tornar ídolo das adolescentes, com a série High School Musical e ter se saído bem no elenco de Hairspray Zac Effron está tentando fazer carreira como ator adulto (e, recentemente, até cortou seu cabelo na testa, que é sua marca registrada). Este foi o primeiro filme como astro, e que se deu até bem na bilheteria (passando de US$ 63 milhões, para um orçamento de US$ 20 milhões). E, na verdade, é uma fita divertida, ainda que derivada de várias outras, sem assumir (o filme tem muitas referências a outros trabalhos, mas lembra bastante Young Again, com Keanu Reeves, que passava muito no SBT, e que tem, basicamente, a mesma história; aliás, o herói também voltava a ter 17 anos, e mais velho era o falecido Robert Urich). Quem faz aqui o personagem mais velho é o famoso Matthew Perry, que todo mundo lembra como o Chandler, de Friends. O difícil de acreditar é que Perry, ou seja Mike adulto, venha a se tornar Zac quando adolescente; não dá para encolher e ficar tão diferente. É daquelas bobagens do cinema que são difíceis de engolir, assim como a insistência em colocar Zac como campeão de basquete, quando ele é baixinho e jamais teria chance de jogar dentre os gigantes desse esporte (fui checar, e falam em 1,73 m para Zac, o que certamente é mentira). Mais fácil de admitir é ele dançando, numa seqüência, exclusivamente para não se afastar demais de suas origens. Se tem besteiras, o filme acaba funcionando porque é afável, tem personagens curiosos e é fácil de gostar e de se identificar. Não sei se gostaria de voltar aos 17 anos, mas a idéia é, sem dúvida, convidativa. A melhor coisa da trama, que é altamente previsível, é que Mike vai morar com um velho amigo que ficou rico, e agora desfruta a vida, assumindo sua vocação de nerd, colecionador de tudo que é cult ou estranho. Quem faz o papel é Thomas Lennon, que tem aparecido em muitos filmes (Noite no Museu 2; Eu te Amo, Cara), que o estão transformando em astro. Ele é outro daqueles gostos adquiridos, tem que curtir sua cara-de-pau, mas acaba conquistando a gente, quando vai dar em cima da diretora da escola e, de tanto insistir... não ligando para a rejeição... se torna muito engraçado. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 20 de julho de 2009)