Crítica sobre o Blu-ray "2D+3D" do filme "Thor":

Jorge Saldanha
Thor Por Jorge Saldanha
| Data: 09/10/2011
A Paramount lançou THOR no Brasil em duas edições diferentes de Blu-ray: uma com apenas um disco, contendo filme em 2D e todos os extras, e esta “limitadaâ€, que inclui um segundo BD com a versão 3D. A embalagem HD Case, com suporte para o disco adicional, é envolta por uma luva de cartolina metalizada. Nas duas edições foram usados BD-50, sem codificação regional. As versões 2D e 3D trazem versões levemente diferentes dos menus animados (apenas em inglês), sendo que a última, que não tem suporte à reprodução 2D, omite a sequencia inicial com Anthony Hopkins. Começamos a avaliação pela versão 2D do filme, cuja transferência anamórfica 1080p/AVC MPEG-4, na proporção 2.35:1, chega perto da perfeição, reproduzindo fielmente as opções estilísticas da fotografia que variam de acordo com os três locais predominantes da ação – a colorida Asgard, as frígidas e azuladas paisagens de Jotunheim e os brilhantes exteriores do Novo México. Mesmo em 2D a imagem por vezes sofre nas cenas mais escuras, onde há alguma perda dos detalhes finos. Nas cenas de cores quentes de Asgard os detalhes aumentam significativamente nos rostos, vestimentas e cenários. Aqui os tons de pele não são naturais, adquirindo um visual meio dourado (que predomina no esquema de cores adotado). Durante todo o tempo temos uma leve granulação que propicia aquela sensação “fílmica†que tanto agrada aos cinéfilos. A transferência é isenta de filtros (exceto os usados na própria pós-produção), ruídos ou artefatos, mantendo o alto padrão dos lançamentos da distribuidora. Mas isto, claro, quanto à versão 2D do filme. Passando para a 3D temos uma história completamente diferente.

THOR é mais um dos títulos cuja conversão para 3D na pós-produção foi muito criticada, e é fácil dizer o porquê. Para começar, um filme criado para ser rodado nativamente em 3D, como AVATAR, sabiamente evita cenas muito escuras, já que nelas a sensação de profundidade praticamente some, juntamente com os detalhes da imagem. Pois THOR tem várias cenas escuras em sua primeira parte, onde o breu impera e acompanhamos a ação com dificuldade. Na primeira grande cena de ação, o confronto dos asgardianos com os Gigantes de Gelo em Jotunheim, temos o exemplo maior disso, onde fica praticamente impossível distinguir a cor azul dos inimigos inumanos, ou melhor dizendo, qualquer coisa além de seu fraco perfil. Já o ghosting é claramente perceptível nesse mundo de sombras. Porém mesmo nas cenas mais claras a conversão para 3D (cuja resolução e brilho são nativamente inferiores aos da imagem 2D) faz seus estragos. Detalhes e cores mais claras são bonitos de se ver, porém objetos ou pontos de cor escura perdem definição e detalhe, tornando a experiência de assistir ao filme em três dimensões cansativa, ainda que em certos momentos haja uma boa sensação de profundidade entre os objetos mais próximos e os planos de fundo. Para quem já tem os equipamentos 3D em casa, adquirir este combo de THOR pode ser uma opção interessante, já que ele custa apenas R$ 10,00 a mais que o BD simples 2D. Porém fica o aviso, assistir o filme em 2D é bem mais divertido.

Já o áudio original em inglês DTS-HD Master Audio 7.1, nas duas versões, é digno do Deus do Trovão: poderoso, agressivo, nada sutil. Os diálogos sempre são claros, por mais altos ou trovejantes que sejam os demais sons da mixagem losless. A dinâmica é excelente, os efeitos surround são intensos e os graves são retumbantes. Essa força bruta toda pode levar você a ter que reduzir o volume do seu sistema em várias ocasiões. Para os fãs do áudio explosivo e de qualidade, sem dúvida é uma faixa de demonstração. Já as demais dublagens disponíveis, em Dolby Digital 5.1, incluindo português, são previsivelmente bem mais acanhadas. Temos legendas nos mesmos idiomas das opções de áudio - português, inglês, espanhol e francês.