Crítica sobre o filme "Última Música":

Viviana Ferreira
Última Música Por Viviana Ferreira
| Data: 07/11/2010
Nicholas Sparks é um especialista em escrever histórias que chegam no fundo do coração dos espectadores... muitas de suas obras já foram adaptadas para o cinema, como O Diário de uma Paixão e Uma Carta de Amor. Mas o que faz seus livros serem tão vendidos e queridos pelo público são justamente seus personagens, sempre bem característicos e definidos em suas opiniões e sentimentos.

Ocorre que aqui há um problema justamente nisso. A personagem principal de A Última Música seria perfeita se fosse uma coadjuvante. E o livro seria magnífico se baseado de modo central no pai da moça, já que todo o drama vem do seu personagem e não da filha. E a situação piora ainda mais quando a menina é interpretada por uma atriz sem nuances, nem carisma e que acaba muito mais atrapalhando do que ajudando como é o caso de Miley Cyrus. Miley é uma celebridade teen mais conhecida por seu papel em Hannah Montana mas que já há algum tempo tenta mudar este perfil. Quando surgiu a oportunidade então, se fazer uma personagem que é muito diferente de Hannah, ela claro, abocanhou com unhas e dentes. O problema é que a moça não tem estrutura nenhuma para este tipo de papel, passando muito mais por uma vergonha alheia do que por uma grande atuação.

O filme conta a historia de Ronnie (Cyrus) uma jovem adolescente bem no sentido insuportável da palavra que vai com o irmão Jonah (Bobby Coleman) passar as férias na casa do pai Steve (Greg Kinnear em grande atuação mas prejudicado pelo roteiro) que ela não se dá bem pelo fato dele ter abandonado a família quando ela era pequena, fato que fez a mesma parar de tocar piano. É então quando ela conhece Will (Liam Hemsworth) que Ronnie vai mostrar quem ela realmente é. Até que através da narrativa ficaremos sabendo de um segredo que vem à tona e que fará Ronnie sofrer e amadurecer como pessoa.

Seria um filme muito bom, se a atriz escalada para o papel principal fosse mais bem preparada, e conseguisse transmitir as problemáticas da personagem de modo mais natural e não tão forçado. Miley sai-se tão mal aqui que até Bobby Coleman (o menininho gracinha do filme Ensinando a Viver) dá uma surra nela de interpretação. Mas olhando pelo lado positivo, o filme tem uma boa trilha do sempre competente Aaron Zigman e um show de interpretação de Greg Kinnear. Para completar o elenco, Kelly Preston interpreta a mãe da menina, mas não tem muito à acrescentar.

Enfim, um filme mediano, que vai agradar às fãs da atriz e aqueles que gostam de um filme água com açúcar. Bonzinho mas nada extraordinário. (Viviana Ferreira)