Por Viviana Ferreira
| Data: 22/07/2010
Lidar com a dor não é nada fácil... pior ainda é confrontar sua dor na frente de todos, onde não só a perda e a vergonha incentivam-nos a querer se esconder do mundo e a ficarmos quentinhos e seguros à pessoas que amamos. Mas pior que isso é quando a dor tem haver exatamente com a perda de uma pessoa que era imprescindÃvel à nossas vidas e não sabemos como continuar.
É com o objetivo de expor esse tipo de problemática que Brandon Camp escreveu e dirigiu O Amor Acontece filme protagonizado por Aaron Eckhart, com as presenças também de Jennifer Aniston e Martin Sheen. Aaron aqui vive Burke, um homem que perdeu a esposa em um acidente de carro, e depois disso escreveu um best seller de auto ajuda. Sua vida atual então limita-se à dar palestras à pessoas que perderam pessoas que amavam e fazer com que essas pessoas consigam curar sua dor. Ocorre que Burke não é exatamente sincero com os fatos que levaram o acidente à acontecer, fora o fato de que ele mesmo não consegue superar sua própria dor (com o clássico lema “faça o que eu digo, mas não faça o que eu façoâ€). É então que Eloise (Aniston) entrará na sua vida, e o ajudará à confrontar seus medos pessoais, e realmente curar sua dor interior.
A quÃmica entre Eckhart e Aniston é boa, assim como a presença de Martin Sheen que faz o sogro do protagonista. Mas o que se fica bem claro é que este é um filme com um único protagonista - Burke, e sua verdadeira auto-recuperação até o clÃmax final. O único problema do filme é que ele fica no meio do caminho, por horas tenta ser romance adocicado, por horas ser um forte drama (e chego à conclusão que ele deveria ter seguido realmente este viés) onde há uma mistura de gêneros e estilos que não se explicam muito bem. Mas graças ao talento do sempre carismático Eckhart, temos aqui um personagem que consegue se conectar com aqueles que assistem o filme, fazendo com que seu personagem seja realmente muito sensÃvel à tudo que se passa à sua volta.
É um bom filme, com alguns defeitos e boas qualidades, que merece ser conferido ao menos por causa de Eckhart, e daqueles que gostam de um mezzo romance. Não é uma obra prima, mas vale a locação. (Viviana Ferreira)