Por Robson Candêo
| Data: 13/05/2010
O Deep Purple têm uma relação com o Festival de Montreux que ninguém mais tem, apesar de ser uma banda de rock pesado e o Festival ser mais voltado para o Jazz. A explicação está no passado, quando em 1971, a banda estava prestes a gravar seu novo álbum em Montreux, e um incêndio acabou com a locação arrumada pela banda. Mas o incêndio serviu de inspiração para "Smoke on The Water", um dos maiores sucessos da história do rock mundial, e que cruzou o nome Deep Purple com Montreux Jazz Festival para sempre.
Esta não é a primeira apresentação da banda no Festival, e tomara que não seja a última. Com a honra de banda principal da última noite (lugar normalmente ocupado por um grande nome do Jazz), o grupo fez uma de suas memoráveis apresentações com grandes canções, entre elas sucessos antigos e músicas de seu último álbum, "Rapture of The Deep". Desnecessário dizer o quanto eles são bons. Tocam como poucos, fazem ótimos solos, e até a voz gritada de Ian Gillan cai como uma luva nas canções da banda. Não posso deixar de comentar o grande som da guitarra de Steve Morse, um dos maiores guitarristas vivos. O palco está com uma iluminação excelente, produção caprichadÃssima e muito diferente daqueles palcos do inÃcio do Festival. O público é gigante, muita gente mesmo. A filmagem também é impecável, com várias câmeras captando bem todas as cenas.
O show começa com "Pictures of Home", uma música relativamente curta e que serve de introdução para a ótima "Things I Never Said". Em seguida vem mais uma grande canção, "Strange Kind of Woman" que é seguida por três novas "Rapture of The Deep", "Wrong Man" e "Kiss Tomorrow Goodbye", sendo que no meio delas tem uma instrumental "The Well-Dressed Guitar" baseada na fantástica guitarra de Morse. Na sequência vêm dois blues, primeiro com a linda canção "When a Blind Man Cries", seguido pela fantástica "Lazy"; então depois de um ótimo solo de teclados, vêm dois grandes sucessos da banda, "Space Truckin´" e "Highway Star"; a próxima é a clássica "Smoke on the Water" que tem a primeira parte como se fosse um jazz instrumental, para em seguida entrar no bom e velho ritmo do rock´n´roll, lembrando que essa canção tem um dos riffs de guitarra mais famosos da história. Depois de "Hush" que teve a participação de Michael Bradford, a banda tocou "Too Much Fun" com a participação especialÃssima do anfitrião Claude Nobs, tocando gaita. O show termina com "Black Night" e a participação novamente de Michael.