Crítica sobre o filme "Julie & Julia":

Viviana Ferreira
Julie & Julia Por Viviana Ferreira
| Data: 22/03/2010
Primeiramente devo salientar que Norah Ephron é antes de qualquer coisa uma roteirista - a sua direção nos filmes é mera conseqüência de seus escritos. A roteirista/diretora, escreveu duas das principais comédias românticas de todos os tempos (“Hally e Sally feitos um para o outro†e “Sintonia de Amorâ€), mas parecia ultimamente ter perdido a mão (como o apenas satisfatório "A Feiticeira") e agora parece ter reencontrado sua luz em um dos filmes mais deliciosos do ano - "Julie & Julia" baseado em dois best-sellers - "Julie & Julia" de Julie Powell e "Minha vida em Paris" de Julia Child. E talvez seja este o único defeito do filme, por adaptar duas histórias paralelas o qual parecem ser dois filmes diferentes, tornando-se um pouco confuso o vai e volta da história.

A história começa mostrando duas chegadas: à de Julia Child na França e a de Julie Powell para o Queens - ambas procuram um propósito para suas vidas e ambas a encontram na culinária (enquanto Julie se baseia em um livro de Julia para escrever um blog e fazer receitas, Julia na antiga Paris enfrenta os franceses e estuda a culinária de lá). Ambas tem um marido compreensivo e ambas enfrentam obstáculos - e tudo isso claro, com muita manteiga e delicias (já que provavelmente no meio da sessão você terá de pegar mais pipoca com muita manteiga para saciar a vontade). Mas ambas as personagens acabam tendo pouca conexão... o que não prejudica na atuação das mesmas. Amy é a mesma doçura de sempre (embora eu pense que ela poderia ter se esforçado um pouco mais), mas é Meryl que, como disse minha mãe, é o leão da história e mostra o quão é poderosa (e porque é a atriz que o mundo ama tanto): ela muda o tom de voz, a postura, o jeito- tudo isso para lembrar Julia Child e nos entregar uma atuação fantástica (lembrando que por seu papel Meryl concorreu mais uma vez ao Oscar® de melhor atriz).

Na parte técnica, Desplat como sempre ótimo nas trilhas e Ann Roth se destaca nos figurinos de Julia. Sobre a direção de Ephron, está boa, assim como seu roteiro, que não prejudica a película. Um bom filme que merece ser visto e degustado. E viva Meryl Streep! (Viviana Ferreira)