Crítica sobre o filme "Arnaldo Baptista: Loki":

Robson Candêo
Arnaldo Baptista: Loki Por Robson Candêo
| Data: 14/12/2009
Arnaldo Baptista foi fundador do grupo Os Mutantes, e depois de várias brigas internas saiu do grupo em 1973 e lançou no ano seguinte o álbum Loki? Considerado seu maior trabalho. Posteriormente formou o grupo Patrulha do Espaço e voltou a gravar sozinho nos anos 80. Por causo do uso de drogas e comportamento agressivo, foi internado em um hospital psiquiátrico onde tentou o suicídio, que acabou deixando sequelas. Após a sua recuperação continuou gravando até que em 2006 volta a tocar ao lado do irmão no retorno dos Mutantes, e fizeram shows junto com Zélia Duncan até o ano seguinte.

Este documentário conta a história de Arnaldo Baptista, desde a infância até os dias de hoje. Não há narração e sim depoimentos de Arnaldo, pessoas que conviveram e convivem com ele, personalidades do meio musical e parentes. Tudo é muito bem costurado, resultando em um filme fácil de assistir e nada chato, sendo muitas vezes até emocionante. Curiosidade, durante a filmagem principal do documentário, Arnaldo pintou um quadro que finalizou no fim do filme.

Arnaldo aparece em seus depoimentos pintando um quadro, que é uma das suas principais atividades atualmente. O documentário procura mostrar como era a convivência deles no grupo os Mutantes, o casamento e a separação de Arnaldo e Rita Lee, os problemas com as drogas, a convivência entre os dois irmãos que faziam parte da banda, a tentativa de suicídio que quase o levou à morte, e como conheceu sua atual esposa. Também tem uma parte dedicada só ao álbum solo Loki, com vários detalhes sobre as gravações e opiniões sobre as músicas do álbum. Os artistas que aparecem tecem inúmeros elogios à sua obra, e entre os que aparecem tem Lobão, Tom Zé, Gilberto Gil, entre vários outros, e tem até depoimentos de gente de fora, como Kurt Cobain do Nirvana (gravado há algum tempo, pois ele já está morto) e Sean Lennon.

A parte final do documentário mostra de onde surgiu a idéia inicial de reviver Os Mutantes, o convite para Zélia Duncan se unir a eles, e o primeiro show que apresentaram em 2006 no Barbican em Londres para uma platéia enlouquecida em um momento emocionante.

Entre os momentos raros que aparecem no filme, tem gravações ao vivo dos Mutantes se apresentando em programas de TV, e cenas do Festival de 1967 em que eles tocaram ao lado de Gilberto Gil a música "Domingo no Parque", isso sem contar trechos das entrevistas que deram nessa época.

Vale dizer que o filme ganhou vários prêmios em festivais e é o primeiro produto lançado pelo Selo Canal Brasil.