Crítica sobre o filme "Noite no Museu 2, Uma":

Rubens Ewald Filho
Noite no Museu 2, Uma Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/08/2009
Teve gente que achou esta continuação melhor do que o original (como foi o caso de Anjos e Demônios). Mas é um elogio estranho porque o primeiro não é grande coisa, é daquele tipo de filme que a gente quer gostar, aprecia os efeitos, o tamanho da produção, a qualidade do elenco. Mas que entrega menos do que apregoa. Engana os olhos, mas não aquece o coração para sermos mais poéticos. Só que no meu caso, fico na mesma. Esta continuação é irregular, mal narrada, cheia de buracos negros onde o filme parece ralentar para concluir de forma absurda (na resolução do filme, poderia muito bem estar presente a Amélia sem precisar apelar para aquele recurso velho). Francamente o diretor Shawn Levy não é nada talentoso, nem tem mão para sustentar uma aventura inteira divertida. Reprovado.

Desta vez reuniram novamente a mesma equipe, diretor, elenco (com alguns reforços), mas mudaram o que era essencial, os roteiristas. A nova equipe parece mais afiada, mais preparada para melhorar diálogos e situações, que realmente são mais inteligentes e com algumas sacadas boas. A parte técnica continua mais que eficiente parece que tudo deu um upgrade, até mesmo o astro Stiller, na vida e na aparência. Os momentos em que os quadros tomam vida são formidáveis (fico pensando no que custou os direitos autorais para poder utilizar cada obra, do Pensador de Rodin, as bailarinas de Degas, tudo deve ter sido uma fortuna e para atingir crianças que, se não vão entender ao menos vão aprender alguma coisa). Também outra coisa legal é fazer o Al Capone e sua turma toda em preto e branco. Só que esses detalhes, as brincadeiras com os cupidos cantando a música do Titanic, pode seduzir cinéfilos, mas não faz o filme desencantar.

Na história mal desenvolvida, agora passado cerca de dois anos, Ben Stiller ficou rico com uma lanterna (George Foreman faz ponta satirizando infomerciais) e recebe um chamado de socorro de seus amigos do museu de História Natural de Nova York , em particular de Owen Wilson, o cowboy, e também Octavius (Steve Coogan, já que eles foram mandados embora por uma reforma e encaixotados para outro museu), no caso, ficaram o celebre Smithsonian de Washington (que apesar de meio esquecido é espetacular, abrigando tudo que é memorabilia de cultura pop americana e algumas delas são citadas no filme ). Só que lá Stiller (ou seja Larry Daley) tem que enfrentar os novos vilões que se unem, um faraó com problemas de fala e rejeição (Hank Azaria em forma, inventando um sotaque muito bom, mas argumentando como alguém moderno e nunca um egípcio antigo! ), o russo Ivã o Terrível (que deseja ser Ivan, o Bondoso), o Gangster Al Capone (John Bernthal, que mal se vê) e Napoleão (o francês Alain Chabat). E para ajuda-lo conta com a colaboração do macaco de Lincoln e a pioneira da aviação, Amélia Earht (feita pela sempre encantadora Amy Adams).

No mais, alguma correria, confusão, efeitos excepcionais, ou seja, o de sempre, adequado para crianças, mas não sei se elas vão achar grande coisa (tem piadinhas com macacos, dinossauros, polvo, mas me pareceu que se perde muito tempo com filosofadas americanistas de Abraham Lincoln, discursos sobre a vida e personagens que não mereciam ser resgatados, por que colocar aqui o General Custer que era um idiota matador de índios?). Estreou simultaneamente com os EUA (sendo que lá passou também nas salas gigantes do IMAX). Mas para mim é tão onde bateu o novo Exterminador. Mas para mim é tão fraco quando o anterior. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos)