Crítica sobre o filme "Sin City: A Cidade do Pecado":

Jorge Saldanha
Sin City: A Cidade do Pecado Por Jorge Saldanha
| Data: 08/08/2009

SIN CITY: A CIDADE DO PECADO é baseado na aclamada série de graphic novels do mestre Frank Miller, cuja influência na produção do filme foi tão grande que ele acabou ganhando o crédito de co-diretor ao lado de Robert Rodriguez, além de fazer uma ponta. Foi de Rodriguez, aliás, a idéia de levar para as telas estes trabalhos, que nem o próprio Miller acreditava que poderiam ser adaptados decentemente para o cinema. Pois as histórias de Miller viraram mais do que um filme, e digo isto porque SIN CITY, indiscutivelmente, é das mais fiéis transposições de uma HQ para as telas - não que isso signifique que seja a melhor. Também inspirado em uma obra de Miller temos o igualmente fiel 300 (2006), de Zack Snyder, e o próprio Frank levou o SPIRIT de Will Eisner às telas em 2008 – mas nesse último tudo deu errado.

Em SIN CITY os diálogos são idênticos aos dos quadrinhos e o clima noir foi captado à perfeição, com cada fotograma buscando reproduzir com exatidão as ilustrações de Miller, em preto e branco e apenas com alguns detalhes colorizados. Esta transposição quase literal do papel para a tela pode prejudicar o filme em alguns aspectos, afinal, filmes e gibis são mídias diferentes e muitos poderão se perguntar o porquê de gastar milhões num filme de conteúdo e visual praticamente idênticos aos dos quadrinhos originais. Aqui, as vantagens do filme sobre os quadrinhos são as de agregar uma ótima trilha sonora (cortesia do próprio Rodriguez e dos compositores John Debney e Graeme Revell, leia comentário AQUI) e um elenco de respeito (com muitos atores sob pesada maquiagem), onde se destacam Mickey Rourke, perfeito na caracterização de Marv (foi o filme que recolocou o astro decadente em evidência), Bruce Willis (apesar de novo demais para ser Hartigan), Clive Owen, Elijah Wood, Nick Stahl, Rosario Dawson, Benicio del Toro e a sempre linda Jessica Alba.

Além disso, Quentin Tarantino, amigo do peito de Rodriguez e parceiro dele em alguns projetos (como o posterior GRINDHOUSE, de 2007), creditado como diretor especialmente convidado, dirigiu a cena do carro com Clive Owen e Benicio del Toro, em “A Grande Matançaâ€. Para mim, que até então nunca havia lido as graphic novels, quando lançado SIN CITY foi uma grata e, por vezes, forte surpresa. Sem dúvida é um filme de extremos, violento, para amar ou odiar. E esta edição em Blu-ray tem um atrativo especial: traz como extras as versões estendidas e sem censura das histórias que formam o filme, que podem ser vistas isoladas ou em sequência, que agregam ao filme, no total, 23 minutos adicionais que só o deixam melhor.