Crítica sobre o filme "Commitments, The - Loucos Pela Fama":

Viviana Ferreira
Commitments, The - Loucos Pela Fama Por Viviana Ferreira
| Data: 03/06/2009
São poucos os filmes que deixam o espectador todo arrepiado. “The Commitments- Loucos pela Famaâ€, com certeza é um deles. Quando o filme terminou, eu comecei a chorar, tamanha a minha emoção de algo tão bem feito, belo, humilde e extremamente cativante, com músicos de verdade, mas sem deixar de atuarem bem. Das primeiras aparições de Glen Hansard do “The Frames†ao salto da banda The Corrs, o filme sobre um grupo de irlandeses que se unem para tocar soul, é baseado na novela de Roddy Doyle, mas tamanho foi seu sucesso na época (que rendeu ao filme 4 Bafta´s, um Brit Awards e uma indicação ao Oscar®), que a banda realmente permaneceu, com a participação de Johnny Murphy no trompete, e Dick Massey na bateria.

Em Dublin tudo é música. Do folk ao rock, a capital irlandesa respira canções, e, indo contra a maré, Jimmy Rabbite (Robert Arkins, um carisma de ator), decide juntar seus amigos e cria uma banda de soul. Ele obviamente é o produtor da banda, que desde o início tem um talento nato, mas também tem um talento para brigas...mas no final das contas, tudo é juventude, é fresco e divertido, e esses jovens ganham um horizonte inovador cada vez que se apresentam nos palcos. A cada apresentação da banda, nos encantamos mais por suas imperfeições, porque embora esses jovens sejam imaturos e teimosos, dentro deles há o verdadeiro amor pelo que fazem, mesmo que não sejam famosos mundialmente e não gravem discos. E assim temos uma historia muito, mas muito bem desenvolvida, onde Alan Parker mostra todo seu grande talento, dirigindo o filme com um amor verdadeiro, e grande ritmo.

O elenco também é ótimo: da doce Maria Doyle Kennedy (que é mais conhecida hoje por ter interpretado Catarina de Aragão na primeira temporada de “The Tudorsâ€), à Colm Meaney como o pai de Jimmy, todos estão muito bem, trabalhando de um modo que é muito difícil em um filme: em conjunto. Poucos são os filmes em que o elenco inteiro se destaca (poderíamos citar que, nestes últimos anos “Pequena Miss Sunshine†e “O retorno do rei†conseguem este feito), mas aqui, da pontinha de Andréa Corr, à explosão (literal) de Andrew Strong, este grupo demonstra força, beleza e liberdade. Considerado um clássico cult eterno, o filme vai mais além de outros de Parker, ao soar inovador e leve, divertido e apaixonante. Características que só grandes obras podem ter. Uma verdadeira obra de arte. (Viviana Ferreira)