Os ingleses atacam de novo, com aquilo que sabem fazer melhor: um drama de época, contando uma história real, com bom elenco, excelente direção de arte, um diretor promissor e uma trama que não vai deixar nenhuma mulher indiferente. É a história real da jovem Georgiana (Keira Knightley), duquesa de Devonshire, que se casa muito cedo achando que o marido é apaixonado por ela. Só para descobrir que ele é um homem apático e desinteressado, quase grosso, muito rico e cheio de amantes. Primeiro ela adota uma filha bastarda dele, com uma empregada que faleceu; depois finge não ver os variados romances dele. Ajuda também o fato de que Georgiana se torna um símbolo de elegância e liberalismo, num momento em que as coisas estão mudando, com a independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa.
Seu maior problema, a princípio, é o fato de que apenas concebe meninas e o Duque precisa de herdeiros masculinos. Isso eventualmente é resolvido, mas a situação se complica quando, no maior estilo A Malvada (All About Eve - 1950), ela ajuda uma mulher desamparada, Bess Foster (Hayley Atwell), a quem dá abrigo para ter companhia. E esta se amasia com o marido dela e aproveita para assim recuperar os filhos dela que estavam na posse do marido.
Já dá para se ter uma idéia bem clara do que é este filme, baseado no livro de Amanda Foreman. Uma envolvente história de uma mulher muito bem vestida (em termos, já que as perucas que usavam eram enormes e altíssimas) e muito mal amada. Talvez a muito magra Keira Knightley seja adequada para vestir os modelos, mas nem tanto para demonstrar dor e aflição (ela tem aquele problema nos dentes que parecem travados, com o queixo protuberante, que quase a deixa feia). Uma Kate Winslet talvez fosse mais adequada. Mas ela não chega a comprometer, principalmente porque Ralph Fiennes esta esplêndido como o Duque, a ponto de se comparar com o nazista de A Lista de Schindler, que o revelou.
No segundo ato, entra outra história de amor, quando Georgiana se apaixona por um político, Charles Gray, que é interpretado por Dominic Cooper (que faz o mocinho de Mamma Mia, mas não está bem fotografado). Mas mesmo assim, só intensifica o romance e o interesse do público, desde que este seja aficionado deste tipo de entretenimento. Não duvidem que A Duquesa acabe com indicações ao Oscar da parte técnica, figurinos, cenografia, e assim por diante, talvez até mesmo para Ralph Fiennes.
Numa temporada fraca, vale a pena conferir.