Crítica sobre o filme "Bolt: Supercão":

Wally Soares
Bolt: Supercão Por Wally Soares
| Data: 15/05/2009
É uma pena ter que revelar o enredo de Bolt – Supercão – para quem não o tenha visto – em qualquer sinopse, tendo em vista o quanto eu mesmo fui surpreendido logo ao início da animação caprichada. De forma inspiradíssima e visualmente vertiginosa, Bolt – Supercão começa com a filmagem de um dos episódios do programa de Bolt e, por isso, inicia-se cheio de ação, tensão e com caçadas prazerosas. Entretenimento muito adequado e que cativa sua atenção de imediato. De repente, você está interessado. Curioso pelo cachorro e pelo que está acontecendo de forma tão abrupta. Mas não é até que percebemos que trata-se de um filme dentro de um filme que percebemos o quanto Bolt – Supercão está muito bem equilibrado entre as convenções da Disney e a refrescante originalidade com a qual nos cativa logo de cara. E isso é raro em se tratando de um gênero que muitas vezes se deixa levar por enredos simplistas, personagens previsíveis e tramas desinteressantes. Bolt – Supercão não tem nada disso.

E, depois da vertigem de sua sequência inicial, Bolt – Supercão prova que, além de seu visual fantástico e enredo promissor, é muito bem humorado, com um timing cômico ótimo e um núcleo adorável que tem na amizade do cachorro com a garota algo com o qual a audiência possa se identificar. Quando Bolt parte em sua aventura, o seguimos com prazer, e a jornada é das mais divertidas. Ãgil, colorido e sempre interessante, a animação denota para si um estilo próprio ao passo que trabalha com elementos usuais. O diferencial é que os utiliza de uma forma consistente e não de forma trivial. Nós conhecemos a maioria dos maneirismos dos personagens, algumas sacadas são previsíveis e os diálogos, idem. Ainda assim, há algo de refrescante na forma com que tudo é conduzido e o roteiro abre espaço, sim, para novidade, com várias piadas hilariantes e personagens coadjuvantes (eles sempre estão sob os holofotes) divertidíssimos.

Bolt é adorável, claro. Desde que é comprado, filhotinho, ao início, criamos certa afeição por ele. E a dublagem de John Travolta caiu bem. Mas Bolt não é o personagem chave aqui, e nem mesmo sua dona, apesar de serem o foco e garantirem o núcleo emocional da obra. A animação atinge seu ápice quando entra a gatinha Mittens – maravilhosamente dublada e extremamente engraçada com seu seco sarcasmo – o hamster Rhino – loucamente idiota e genialmente bobo – e os pombos, que são de matar qualquer um – criança ou adulto – do coração. São esses elementos, ao lado da textura visual e a trama cativante, que tornam Bolt – Supercão em uma animação Disney contemporânea quase tão competente quanto aqueles feito em parceria com a Pixar.

Bolt – Supercão é por isso uma das animações mais agradáveis e exemplares a serem lançadas, que nunca subestima sua inteligência, o envolve em um mundo espertamente desenhado e controla ritmos e tiradas com uma fluidez incontestável – e essencial. É dublada com muita competência – ao menos a versão original, e é muito bem delineado quanto a seu foco, abrangendo temas acerca da mídia ou de assuntos mais simples e contundentes como amizade e companheirismo. Tem os valores no lugar certo e não precisa cair no clichê para emoldurá-los. Com um pouco de vertigem e muita vivacidade, constrói-se charme e desenvoltura o suficiente para se situar no versátil e conveniente. Mas mais que apenas “convenienteâ€, Bolt – Supercão é altamente recomendável como uma animação de primeira categoria. (Wally Soares – confira o blog Cine Vita)

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Com uma premissa inicial desenvolvida por Chris Sanders, de Lilo & Stitch , mas que John Lasseter não aprovou (o Bolt de Sanders fumava, e era adulto demais para as crianças segundo Lasseter), e chamou Chris Williams e Byron Howard para “salvarem†o projeto. O resultado é um filme emotivo, suave e realmente feito para crianças.

Bolt é um cachorro que desde pequenininho protagoniza um seriado de ação. O problema é que ele pensa que ele tem poderes especiais (que na verdade são efeitos especiais da série). É então quando Bolt se perde, que ele descobre que sua dona, Penny, era apenas uma atriz contratada do programa. Longe de casa, Bolt terá a ajuda da gata Mittens e o hamster Rhino onde eles se meterão em diversas aventuras, e Bolt encontrará o significado de si mesmo.

O filme conseguiu indicações ao Oscar® e ao Globo de Ouro de melhor animação, e se bem nas bilheterias nos EUA, conseguindo faturar mais que 100 milhões de dólares, além de ser o primeiro longa metragem Disney em 3-D. Quem participa das dublagens em inglês são John Travolta como Bolt e Miley Cyrus como Penny. Aqui no Brasil, Maria Clara Gueiros faz a voz de Mittens e Leandro Hassum está hilário como Rhino. Com uma trilha adorável de John Powell, o filme consegue cativar as crianças, e também os adultos, até porque, estamos em uma fase onde os cachorros são sinônimos de sucesso (dentro da onda ainda se incluem Marley e Eu, Perdido Pra Cachorro e um Hotel bom pra Cachorro - todos grandes sucessos de bilheteria nos EUA).

E no final das contas, o cachorro é o melhor amigo do homem, independente de sua raça, cheiro, jeito ou rosnada. São os amigos fieis, que todos deveriam ter. E a Disney é claro, não perdeu esta onda. (Viviana Ferreira)