Crítica sobre o filme "Faz de Conta Que Acontece, Um":

Viviana Ferreira
Faz de Conta Que Acontece, Um Por Viviana Ferreira
| Data: 15/05/2009
Seja no presente ou no passado, não há nada de mais glorioso, nas memórias infantis, que as histórias que seus pais, avós, tios, enfim, em que a família já contou para uma criança. Quem não lembra de já ter ouvido antes de dormir as aventuras da Chapeuzinho Vermelho ou dos Três Porquinhos? Embarcando nesta linha, a Disney lançou no final do ano passado este longa adorável, porém opaco chamado Um Faz de Conta que Acontece protagonizado por Adam Sandler, e dirigido por Adam Shankman (Hairspray, Um Amor para Recordar).

Quando Skeeter (Sandler) se compromete a cuidar dos filhos de sua irmã Wendy (Courtney Cox), existem uma série de restrições perante os pimpolhos: eles não podem ver tv, não podem comer doces e devem sempre se alimentarem com base nas refeições “saudáveis†(mas nada saudáveis para uma criança) da mãe. A saída de Skeeter então é contar historias para seus sobrinhos Patrick e Bobbi, inventando as mais mirabolantes narrativas para embalar o sono dos pequeninos. O que Skeeter não sabe (mas passa a descobrir depois) é que, cada alteração feita na historia pelas crianças, acaba tornando-se realidade. Algo então que é muito importante visando que Skeeter trabalha de faz tudo num hotel que fora de seu pai, e tem o sonho de gerenciar o hotel. O filme segue, claramente, a linha do longa Encantada, ao se iniciar com uma narrativa sobre o longa, apostar nos momentos doces, e apostar no carisma do protagonista (no caso de Encantada é Amy Adams quem leva o trunfo de boa parte da produção). Mas se no filme sobre as desventuras da princesa Gisele no mundo real tinha o objetivo certeiro de homenagear as animações da Disney, em Um Faz de Conta que Acontece não conseguimos enxergar o verdadeiro objetivo existente na essência do filme.

Embora os personagens sejam muito bem interpretados (principalmente por parte de Keri Russell como mocinha, Russel Brand como melhor amigo de Skeeter e Guy Pearce como vilão), além da participação graciosa de Jonathan Pryce como pai de Skeeter e narrador do longa, as linhas que delimitam a historia não se juntam, fazendo com que o filme perca um pouco de seu ritmo. Mas o filme vale pela intenção, e pelos momentos engraçados (não de Sandler, mas sim de Brand), além da cena memorável da chuva de chicletes. Vale a pena conferir. (Viviana Ferreira)