Crítica sobre o Blu-ray "Warner - 148 Min." do filme "2001: Uma Odisséia no Espaço":

Jorge Saldanha
2001: Uma Odisséia no Espaço Por Jorge Saldanha
| Data: 21/11/2008

Ao longo da história do home video, 2001: Uma Odisséia no Espaço recebeu várias edições em VHS, Laserdisc, DVD, HD-DVD e agora, finalmente, em Blu-ray, e temos de parabenizar a Warner por disponibilizar este clássico de Kubrick (entre outros) em alta definição também no Brasil. O filme, remasterizado para HD numa transferência anamórfica 1080p/VC-1, nunca me pareceu mais bonito - e olhe que tive a oportunidade de assisti-lo em 1969 no falecido formato Cinerama / 70mm, para o qual foi originalmente rodado no aspect ratio 2.2:1. Para começar, as cores são magníficas, sempre ricas e estáveis. Os tons de pele são perfeitamente saturados, e as cores básicas são vistas de forma vibrante. O contraste é excelente, os níveis de preto são fortes e o elevado nível de detalhes, mesmo em cenas mais escuras, revela elementos que antes passavam despercebidos. Eventualmente temos alguma granulação inerente à fonte, mas de modo geral a transferência é limpa, livre de artefatos ou ruídos e sem o uso perceptível de filtros como edge enhancement ou DNR.

Quanto ao áudio, há várias faixas multicanais Dolby Digital disponíveis (inglês, francês, alemão, italiano, espanhol e castelhano), mas a melhor é a faixa em inglês sem compressão PCM 5.1 (48 kHz/24-Bit/6.9 Mbps), que realça o meticuloso sound design do filme (ao contrário das barulhentas produções de hoje, cada som é ouvido individualmente, o que torna determinadas seqüências especialmente dramáticas – como o passeio espacial de Bowman, onde o único som que ouvidos é sua exasperante respiração). Também valorizadas são as músicas eruditas da trilha sonora, que ressoam em seu home theater com ótima fidelidade e graves sólidos. Os diálogos sempre soam límpidos, mesmo quando ouvimos os tons suaves da voz de HAL. As cenas nas naves são acompanhadas por uma discreta mas natural ambientação sonora. Acredito que, pela primeira vez, podemos em nossas casas apreciar por inteiro a complexidade do sound design do filme – preste atenção e você poderá distinguir sons como ecos ao longe, ruídos de ventiladores e válvulas, e de outras máquinas a bordo da Discovery. É claro que esta é uma mixagem feita nos anos 1960, com certa limitação nos canais traseiros, e por esta razão neste em outros quesitos ela mostra a sua idade. Ainda assim, temos aqui este grande filme na forma exata com que foi feito para ser assistido e ouvido. Acho que não poderíamos esperar nada melhor que isso.

De resto, temos legendas para o filme em português (do Brasil), chinês, dinamarquês, castelhano, holandês, inglês, finlandês, alemão, italiano, coreano, espanhol e até norueguês, porém os menus estão apenas em inglês. Estes (estáticos) seguem o padrão dos BDs da Warner – somente serão acessados no final do filme, ou se você acioná-los durante a reprodução.