O filme policial, como o faroeste, é um cinema que exalta a virilidade: violência, tiroteios furiosos e muitas vezes uma montagem agressiva são os ingredientes destas pelÃculas. Em muitos casos estes ingredientes estereotipados destroem o “cérebro†dos filmes. É o caso de Os reis da rua (Street kings; 2008), dirigido por David Ayer; poucas vezes se viu tanto desperdÃcio de energia narrativa; veloz e furiosamente, como diz o tÃtulo de um filme que Ayer roteirizou, o cineasta amontoa clichês sobre clichês para oferecer ao público o vazio absoluto, a falta do que dizer, uma grande burrice cinematográfica.
O escritor norte-americano James Ellroy forneceu a história para Os reis da rua (um de seus contos) e é co-roteirista do filme. Nota-se que seu universo literário se volta para o tenso palpitar criminoso das ruas americanas; alguns diálogos mais diretos e duros evocam que um realizador tão importante quanto Quentin Tarantino aprendeu coisas com Ellroy. Mas Os reis da rua é um desastre onde nada funciona bem; não conheço a literatura de Ellroy, mas o respeito pelas referências fortes que se costuma fazer à sua literatura de submundo, considerada vital no seio das letras americanas. Ele foi adaptado para o cinema em alguns trabalhos badalados como Los Angeles, cidade proibida (1997), de Curtis Hanson, e A dália negra (2006), de Brian de Palma; mas mesmo que se possam fazer reservas ao formalismo industrial de Hanson e De Palma, são criadores bem melhores que esta miopia fÃlmica apresentada por Ayer.
O que está em cena em Os reis da rua? A velha questão do justiceiro policial propalada antigamente nas interpretações de Charles Bronson ou Sylvester Stallone. O ator Keanu Reeves, com bem menos estofo interpretativo, tenta encarnar esta reencarnação da sanha vingativa policial que se rebela contra os bandidos (animais, referem nos diálogos) e os policiais corrompidos pelo meio. O moralismo de Ayer se evidencia. Mas o problema mesmo é de natureza formal: a precariedade dos truques (ingênuos) do diretor. Reeves é um mau ator que se julga um galã, tudo bem; mas o que o observador pode lamentar é o desperdÃcio do talentoso Forest Whitaker, que tenta dar uma certa forma mais apurada à sua quadradona personagem. (Eron Fagundes)
. Antes de mais nada quero salientar que adorei a cara do Keanu Reeves. Ele agora está com cara de homem. Antes tinha carinha de jovenzinho. Parece que o moço ‘cresceu’. E isso é com a pessoa dele. Uma mera observação feminina. Agora o filme… Policial dos bons! Que prende a atenção. E o que traz? Keanu Reeves faz um policial, Tom Ludlow. Que está em crise por não ter ainda se recuperado da morte da esposa; até pelas circunstâncias da morte dela. Tenta um consolo com garrafinhas de vodka, mas esse lado não abala seu lado profissional. Como diz seu Capitão, Wander (Forest Whitaker) ele é como um mÃssil - direto ao ponto. Mais, do tipo que se houve um flagrante… para que perder tempo com júri e tudo mais… Por sem bom no que faz, como faz… De repente surge o Capitão Biggs (Hugh Laurie). Um Tira que caça outros Tiras. Fica como uma sombra de Tom. Tudo seguia como de costume, até que um ex-companheiro seu, Washington (Terry Crews), é assassinado por dois mascarados. E Tom estava no local. A partir dai, parece que Tom pisou numa areia movediça. Tentando apurar, para livrar a sua cara, já que se tornou suspeito, acaba se complicando cada vez mais. Assim, acompanhamos Tom pelo menos sair do atoleiro. Que não é dos pequenos. Além das outras participações estarem em sintonia, deixo registrado que as duas personagens femininas fogem dos esteriótipos de mulheres na maioria desse gênero de filme - Policial. Great! Falar mais da história, tiraria a surpresa de quem ainda não viu. Assistam! Eu gostei! (Valéria Miguez – confira mais detalhes no blog Cinema é a Minha Praia)