Mais uma vÃtima da chamada “Maldição do Oscar†(aquela história de que, depois de ser premiado, a carreira do astro vai declinando, com filmes cada vez piores e maiores fracassos), Robin Williams erra mais uma vez ao escolher interpretar esta comédia fraca e infeliz, que trata os personagens como idiotas. E o que é pior: é muito pouco engraçada. Mas bastava ler o roteiro para perceber que o papel do Reverendo Frank não é antológico ou memorável. Mas também é verdade que Robin não lhe dá nem mesmo a energia e invenção de trabalhos anteriores. Fica só um personagem desagradável, talvez mesmo um pouco ofensivo para os católicos mais fervorosos.
Estamos bem longe do tempo em que Bing Crosby interpretava O Bom Pastor (que lhe deu Oscar em 1944) na história de um gentil padre que interferia na vida dos paroquianos sempre visando o bem. Aqui, ele seria um coadjuvante, que é o narrador da história. O casal central é formado pela cantora pop Mandy Moore (uma figura sempre simpática) e o recém descoberto John Krasinski (da série de TV The Office). Eles se apaixonam e querem se casar. Mas, antes disso, têm que fazer um curso de preparação para o casamento com o padre. Mas nem chega a ser uma sátira a cursos que realmente existem, nem se levanta qualquer dúvida ou problema que possa ser embaraçoso para a Igreja. Ele simplesmente utiliza-se de táticas desonestas (como espionar o casal com microfones de escuta) na tentativa de testar (ou destruir) o amor do casal, com a desculpa de que deseja descobrir se é verdadeiro. Até chegar à conclusão, mais do que óbvia e que, por alguma razão, acontece na Jamaica.
Depois de começar com certo vigor, o filme acaba caindo em seqüências tolas (como quando testam ser pais com bebês gêmeos robots!), sem forçar a questão do sexo (o casal não pode transar mais antes de cerimônia). Apesar de curto, é decepcionante e descartável. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 5 de outubro de 2007)