Crítica sobre o filme "Família do Futuro, A":

Rubens Ewald Filho
Família do Futuro, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 30/10/2007

Tenho deixado de comentar alguns filmes de animação infantis simplesmente porque eles tem caído na banalidade. Parece ter acabado a grande fase. Ficou tudo igual, repetitivo, sem inspiração. Escrever para crianças é complicado porque tem outros valores e certamente não me lerão. Os pais vendo o nome de Disney vão acabar vendo o filme com elas. Mas que fiquem preparados, que é dos mais fracos que o lendário estúdio já produziu. Tanto que tentaram salva-lo lançando-o nos EUA e em poucas salas aqui em Terceira Dimensão (ainda assim é longo demais para suportar os óculos que continuam incômodos e dão ate dor de cabeça).

Mas que fitinha mais boba, mais sem graça, mais sem originalidade. A principio achei que lembrava livro de Charles Dickens com orfãos que desejam ser adotados ou saber de quem são filhos. Mas ai inventam-se reviravoltas absurdas com filhos do futuro, misturando uma dezena de coisas esdrúxulas (até Dinossauro tem!), num resultado indigesto.

Ainda em cartaz nos EUA o filme não chegou a ser um desastre se aproximando dos 80 milhões. Mas não mantém o padrão. É sobre um garoto Lewis como eu disse órfão e que se acha inventor. Acaba viajando numa máquina do tempo e indo parar num futuro (com cara de Jetsons) onde há monte de gente (estou agora na duvida se vale contar as revelações do filme mas elas são tão piegas, tão sentimentais, tudo arrumadinho que francamente vou me calar para não estragar o único prazer que a fita pode proporcionar).

Tudo é fraquinho, os personagens, a trilha (senti falta de canções), até as lições de moral. A coisa menos ruim é o visual razoavelmente elaborado. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 4 de maio de 2007)