Não foi bem nos Estados Unidos este thriller de suspense mal apreciado pela crÃtica (que reclamou principalmente do final). Mas discordo: gosto da presença discreta de Sandra Bullock (que é sempre uma figura agradável, gostável, muito bem fisicamente para sua idade) como uma dona de casa atormentada por um drama. Quase como no filme de Bill Murray Feitiço do Tempo, a cada dia que ela acorda tudo muda de figura (no outro que era comédia, era justamente o oposto tudo continuava igual!).
Linda (Sandra) é casada e tem duas filhas. O casamento não vai bem (o marido é feito por um dos doutores da série Nip & Tuck) mas a situação fica grave quando ela recebe a noticia de que o marido morreu num acidente grave de carro. Mas quando acorda no dia seguinte, esta tudo normal, ele ainda esta vivo. Mas noutro amanhecer no dia posterior, volta a estar morto e tem que ser enterrado. Não é exatamente premonição, é mais um delÃrio que poderia ser loucura (o filme não explora muito essa possibilidade preferindo acreditar nela, na heroÃna, tanto que o momento menos convincente é quando ela é internada num sanatório, atacada por funcionários do serviço funerário e depois internada pela mãe).
Enfim, é um enorme quebra cabeças, que é bem contado por um diretor alemão de origem turca pela primeira vez trabalhando em Hollywood. Mas os crÃticos não gostam de que entre na história um elemento mais positivo, nem a possibilidade da fé, considerando o filme. Mas isso ajuda a justificar o final que fica num meio termo entre o feliz e o apenas positivo.
Esse tipo de história é realmente muito difÃcil de contar e fazer sentido, principalmente quando posteriormente tentamos analisá-la. Não acho que é o caso. Basta assistir a este suspense bem contado e intrigante. (Rubens Ewald filho na coluna Clássicos de 02 de julho de 2007)