O prêmio de melhor ator para Ben Affleck no Festival de Veneza é uma piada, um gracejo de gosto duvidoso (será que tomaram vinho demais?), já que o rapaz é dos piores atores de sua geração e não melhorou nem um pouco neste filme infeliz, extremamente chato e lento, que por sinal tem bastante a ver com A Dália Negra. Affleck foi lembrado pelo Globo de Ouro mas ignorado pelas outras premiações de bom senso (Hugh Jackman era a escolha original do papel).
O diretor Allen Coulter vem de episódios de series (Six Feet Under, Sex and the City, Roma) e conta uma historia real ainda que pouco conhecida: a morte misteriosa do ator George Reeves (1914-59), que foi um dos admiradores de Scarlett O´Hara em E o Vento Levou e depois se tornou o Superman de uma primitiva série de teve (saiu aqui em DVD) que de certa maneira lhe arruinou a carreira. Dizem que ele se suicidou mas o filme levanta varias outras hipóteses, já que naquela altura ele tinha um caso antigo com a mulher (Diane Lane) de Eddie Mannix (Bob Hoskins) que era o homem forte da MGM. E ainda mantinha romance com uma aventureira (Robin Tunney). O filme levanta as diversas hipóteses mas nunca consegue pintar um retrato humano ou convincente do protagonista (Ben esta mais gordinho e realmente menos ruim que costume). Até porque toda a historia dele é contada em flash- backs enquanto somos obrigados a acompanhar as aventuras de um anti-herói, fracassado e chato, um detetive particular (Adrien Brody). Esse é o problema básico do filme que perde tempo demais com esse sujeito que age de forma irracional e inverossÃmil. E no fim, consegue ser ainda pior do que Dália. Exagero meu, quase tão ruim. Há uma tentativa de se criar um clima de film noir mas não consegue decifrar nem o mistério da morte de Reeves (será que afinal de contas isso interessa a alguém? Afinal no Brasil não vimos a série originalmente e somente fanáticos pelo assunto estarão interessados num fato que é mera nota de rodapé dentre os escândalos de Hollyhwood). Mas para que perder tanto tempo com os altos e baixos de Brody, sempre um ator desagradável? (Benicio del Toro ia fazer o papel, Joaquim Phoenix testou e foi recusado!).
O titulo original Hollywoodland se refere como devem saber a um letreiro enorme que tem nas colinas de Hollywood que se referia a um empreendimento de construção que faliu e ficou abandonado. As letras que formavam land caÃram e hoje ele existe ainda como sÃmbolo da cidade (o que também pretende este filminho). (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 21 de março de 2007)