Crítica sobre o filme "Pequena Miss Sunshine":

Rubens Ewald Filho
Pequena Miss Sunshine Por Rubens Ewald Filho
| Data: 02/08/2007
Num ano que até agora foi muito fraco, este é o primeiro filme que tem pinta de Oscar, ao menos com roteiro. E tem tudo para fazer uma boa carreira comercial, apesar de, em São Paulo, competir com a Mostra. O filme foi descoberto no Festival de Sundance, comprado por dez milhões de dólares, e acabou sendo um sucesso de bilheteria nos EUA (não um estouro, mas com respeitáveis 40 e tantos milhões, para um custo de 8) e possivelmente terá chances na premiação do fim do ano.

Na verdade, é muito legal. Tem um excelente e impecável elenco: é sobre uma menina gordinha, que sonha participar do concurso Little Miss Sunshine, um daqueles onde crianças fazem coisas de adulto, de forma meio ridícula (ou totalmente ridícula). Enfim, a família disfuncional está dura mas, mesmo assim, alugam uma Kombi e vão para o hotel onde vai acontecer o concurso. Eles são o pai (o bom Greg Kinnear, um fracassado professor de autoajuda, no estilo “como vencer na vidaâ€, que está esperando para lançar um livro), a mãe (a ótima australiana Toni Collete), o avô (Alan Arkin, que sabendo que tem pouco tempo de vida resolveu se divertir, usando cocaína!), o irmão mais velho, que deseja ser piloto de avião e que, por isso, fez voto de silêncio (Paul Dano), e o tio (Steve Carrell, de The Office), que é um professor universitário gay, que acabou de tentar o suicídio e não pode ficar sozinho. Eles põe o pé na estrada e vão enfrentando problemas (por exemplo, a Kombi só funciona quando eles a empurram!). Não é preciso falar mais.

A fita é realmente divertida (seu esquema lembra as comédias italianas em que a família toda partia de férias) e tem um clímax engraçado (quando a menina se apresenta no concurso).

Não resista! (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 23 de outubro de 2006)