Crítica sobre o filme "Dois é Bom. Três é Demais":

Rubens Ewald Filho
Dois é Bom. Três é Demais Por Rubens Ewald Filho
| Data: 12/01/2007

Se não esperar muito, vai até se divertir com esta comédia fácil de se identificar. Afinal todo mundo tem um amigo chato, que não percebe quando esta incomodando, que consegue ser intrometido e abusivo. Ainda que neste caso também bonzinho e gentil. Dirigido por uma dupla de irmãos que vieram da televisão (Arrested Development) e fizeram aquela infeliz refilmagem de Eternos Desconhecidos, Wellcome to Collinwood com George Clooney, o filme tem umas duas piadas de gosto duvidoso (escatologia no uso do banheiro) mas em geral não chega a ofender. Tudo mérito da persona do ator Owen Wilson, que em filmes como Penetras Bom de Bico, conseguiu se tornar um trapalhão simpático e até querido. O que torna verossímil seu personagem aqui, ou seja Dupree.

Quem tem um papel discreto e indigno dela, é Kate Hudson, que é obrigada a ficar no background, enquanto a figura central é mesmo Matt Dillon. Na historia, este é um empregado de uma grande firma que comete o erro de se casar com a filha do patrão (Michael Douglas) que é um homem egoísta, controlador e que detesta e tem ciúmes dele. Logo depois de um casamento idílico em que Dupree foi o padrinho, este perde o emprego, a namorada, a casa, o carro, e não tem sequer onde dormir. Acaba se hospedando na casa de Dillon, onde desde o primeiro momento provoca o caos (ficando nu nas horas erradas, botando fogo na sala ao transar com a bibliotecária). Ou seja, é um estorvo total, o amigo infernal que bota sua vida de pernas para o ar.

O filme tem problemas em engrenar, talvez por que a situação se repita, talvez pela inabilidade dos diretores. Mas isso não chega a atrapalhar muito, porque a resolução é agradável e algumas situações divertidas. Owen e Dillon fazem uma boa dupla e ilustram como ninguém o Complexo masculino de Peter Pan. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 06 de outubro de 2006)