Crítica sobre o filme "Às Cinco da Tarde":

Rubens Ewald Filho
Às Cinco da Tarde Por Rubens Ewald Filho
| Data: 19/12/2006
p align="justify" class="link2" style=´text-indent:45.0pt´>Ganhou o prêmio Ecumênico e o do Júri em Cannes. Quarto e mais recente filme da filha do diretor Mohsen Makhmalbalf.

Rodado em lugares reais e impressionantes no Afganistão, logo depois da invasão americana, impressiona pela realidade das locações e situações. Mas perde um pouco para o semelhante Osama que já passou.

A atriz central é muito boa (alias todos convencem). Mas basicamente seguimos seus problemas enquanto tenta estudar entre as bombas e preconceitos (é comovente quando elas sonham em serem as primeiras mulheres presidentes do país!) depois as relações familiares (um bebe da família esta morrendo de fome e aguardam noticias sobre o marido dela, que pode ter morrido por causa de uma mina), as dificuldades como refugiados, a amizade com um sujeito de bicicleta que a segue um poeta (que lhe mostra a obra de Lorca). O titulo é sim uma citação do poema famoso de Garcia Lorca, sobre uma corrida de touros.

Não deixa de ser curiosa e interessante, já que foi rodada em Cabul, num estado de aparentemente normalidade e total pobreza. Tudo é muito espontâneo, sem se fixar nas tragédias, variando entre o tocante (ha uma deliciosa conversa da heroína com um soldado francês quando ela pede que lhe explique quem é o presidente francês e como ele conseguiu ser eleito). E o patético (todas as seqüências finais). (Por Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 30 de junho de 2006)