Rodado em lugares reais e impressionantes no Afganistão, logo depois da invasão americana, impressiona pela realidade das locações e situações. Mas perde um pouco para o semelhante Osama que já passou.
A atriz central é muito boa (alias todos convencem). Mas basicamente seguimos seus problemas enquanto tenta estudar entre as bombas e preconceitos (é comovente quando elas sonham em serem as primeiras mulheres presidentes do paÃs!) depois as relações familiares (um bebe da famÃlia esta morrendo de fome e aguardam noticias sobre o marido dela, que pode ter morrido por causa de uma mina), as dificuldades como refugiados, a amizade com um sujeito de bicicleta que a segue um poeta (que lhe mostra a obra de Lorca). O titulo é sim uma citação do poema famoso de Garcia Lorca, sobre uma corrida de touros.
Não deixa de ser curiosa e interessante, já que foi rodada em Cabul, num estado de aparentemente normalidade e total pobreza. Tudo é muito espontâneo, sem se fixar nas tragédias, variando entre o tocante (ha uma deliciosa conversa da heroÃna com um soldado francês quando ela pede que lhe explique quem é o presidente francês e como ele conseguiu ser eleito). E o patético (todas as seqüências finais). (Por Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 30 de junho de 2006)