Por Robson Candêo
| Data: 18/12/2006
Renato Russo concedeu essa entrevista do seu apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro para o entrevistador Jorge EspÃrito Santo em 1994. O cantor no começo estava um pouco inibido e até se atrapalha no que está falando e pede para começar novamente, mas em seguida ele "embala" e conduz muito bem gerando esse excelente material. O que Renato não tem é falsa modéstia, como quando ele diz que é errado dizer que o primeiro disco dele tem clássicas, quando na opinião dele, todos os discos que eles lançaram tem músicas de sucesso.
Renato começa falando sobre o trabalho da Legião Urbana, sobre o fato dos fãs se identificarem com eles, porque eles escreveram as músicas sobre coisas que aconteceram com eles e as pessoas viam que eles eram pessoas normais. Em seguida ele começa a falar sobre como eles formaram o Aborto Elétrico, o que eles ouviam na época, quem eram as pessoas da antiga banda e todas as influências e o pensamento punk deles, detalhando até o motivo da separação. Aliás detalhe é o que não falta neste filme, porque Renato fala detalhes de tudo o que lembra e esta é a melhor coisa deste documentário, porque muita coisa que ele fala quase ninguém sabe e os poucos que sabem nem devem se lembrar.
Depois de falar do Aborto Elétrico, Renato comenta sobre a formação do Legião Urbana, desde os primeiros integrantes e primeiras apresentações até chegar na formação original e assinar o contrato para gravar o primeiro disco.
Umas das coisas interessantes é quando Renato comenta sobre as comparações que as pessoas faziam entre os CDs “Quatro Estações†e o CD “Vâ€, onde todos dizem que “Quatro Estações†é um disco lindo enquanto o “V†é depressivo e Renato prova que é juntamente o contrário falando sobre alguns trechos das músicas dos dois álbuns.
Ao final Renato comenta sobre o lado comercial do trabalho deles, sobre as gravadoras, e sobre essa conciliação entre ganhar dinheiro e viver em paz com seus princÃpios.
Olhando a entrevista por completo, temos uma aula de história do punk nacional e internacional, porque Renato fala muito de como era o cenário musical na época deles, fazendo comparações e mostrando suas inspirações.