Crítica sobre o filme "Mutantes: Ao Vivo":

Robson Candêo
Mutantes: Ao Vivo Por Robson Candêo
| Data: 07/12/2006
Uma das bandas mais influentes da história da música brasileira, Os Mutantes fizeram muito sucesso nos poucos anos do grupo entre 1968 e 1972. Na época tendo Rita Lee como a presença feminina, gravaram canções que viraram clássicos como "Panis Et Circences" e "Balada do Louco". Agora o grupo é revivido pelos irmãos Sérgio Dias e Arnado Baptista, o parceiro Dinho Leme, e a cantora Zélia Duncan ocupando a posição que era de Rita Lee.

O show foi gravado no Barbican Theater em Londres, no dia em que o grupo subiu ao palco pela primeira vez após esses mais de 30 anos inativo. O público é ótimo, todos se divertem muito, cantam e dançam durante todo o show. A banda é excelente, todos têm grande presença no palco e as músicas são cheias de ritmo no bom estilo do grupo que é difícil até de classificar, mas porque não dizer que é um rock alternativo, mesclado com mambo, música psicodélica, música caipira e outros ritmos? Detalhe que muitas músicas são em inglês ou espanhol.

Destaque para "Don Quixote" que abre bem o espetáculo; a ótima "Tecnicolor" que tem um ritmo bem legal e que ficou inédita até o lançamento do disco homônimo em 1999 (disco esse que foi gravado na França em 1970); "El Justiciero" em que a banda aproveita para criticar Bush e Tony Blair; a versão em inglês para o sucesso de Caetano Veloso "Baby"; a ótima "Top Top"; "Dois Mil e Um" que mescla a música caipira; a conhecidíssima "Balada do Louco"; "I Feel a Little Spaced Out" que é excelente, tem um belo solo de guitarra e aqui no Brasil ficou conhecida pela versão em português gravada pelo Pato Fu chamada "Ando Meio Desligado"; a ótima "A Minha Menina" que parece uma canção de Jorge Benjor e a clássica "Panis Et Circenses" que está em inglês e encerra o espetáculo com chave de ouro. Uma curiosidade é a participação do cantor e compositor Devendra Banhart que é fã do grupo e assim que soube que esse show ia acontecer, ligou para os produtores do teatro, pedindo para participar, nem que fosse carregando o equipamento do grupo, e acabou, junto com seu guitarrista, Noah Georgeson, participando dos vocais de Bat Macumba.