Afastado do cinema desde o fracassado Divisão de Homicios (2003), ao 63 anos (64 em julho), Harrison Ford retorna num filme igual a todos que fez antes, principalmente O Fugitivo (o roteiro do ex-ator Joe Forte, começa lembrando outro thriller mal sucedido, Encurralada (Trapped, 2002, com Charlize Theron), que inclusive tinha uma criança doente como aqui, neste filme é alergia, naquele era dificuldade de respirar por causa de bronquite asmática. Mas ambos com o mesmo efeito dramático. E do meio para o fim, o filme acaba se tornando uma variante de O Fugitivo com o herói sendo acusado de crimes que não cometeu e sendo perseguido pela policia.
Mas não vamos nos adiantar. O problema básico é que Harrison demonstra a idade. Está envelhecido, marcado nos olhos, já anda tropeçando e perdeu totalmente o vigor. E como nunca foi bom ator, a situação realmente se complica. Gentilmente pode-se dizer que já passou a hora dele fazer Indiana Jones IV. Como não pode ser versátil, insistiu no que sempre fez, ou seja, um thriller policial, em que faz um especialista em segurança de banco na região de Seattle (eles usam sua lendária chuva na trama) que é ameaçado por um gangster inglês (o melhor do elenco Paul Bettany) que seqüestra (com um bando) sua famÃlia. Ele deseja que Ford lhe ajude a roubar dinheiro para sua conta (a novidade do thriller seria transferir dinheiro pela Net, no caso usando um IPOD de forma criativa). Mas isso é complicado porque o banco esta passando por uma fusão e há um sócio suspeitando de algo errado. Na confusão, entram também um parceiro (Foster) e a secretaria.
O filme é básico, tradicional, assistÃvel (tem um detalhe curioso quando suspeitar da traição de alguém). Na verdade, um pouco acima do que estou dizendo.
Dá perfeitamente para assistir, mas sem maiores expectativas. Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 14 de fevereiro de 2006)