Achei que este ia direto para Home Video depois de seu retumbante fracasso nos EUA (não passou dos 12 milhões de dólares de renda mesmo sendo filme de estúdio). Até porque não há razão para assistÃ-lo, a não ser para se contemplar a total falta de sentido em rodá-lo. O que estava pensando o diretor Gore Verbinski (de Piratas do Caribe)? Como este roteiro árido e desagradável de Steve Conrad, poderia atingir um público mais amplo?
Basicamente é a história de um chato por quem ninguém se interessa. É o homem do tempo da televisão na região de Chicago (onde o filme foi rodado) que é um cara neutro, sem graça, que não consegue esquecer a ex-mulher (Hope Davis) e não se entende com a filha gorda (a quem vai ensinar arco e flecha, que parece servir de alegoria para a trama. Acertar no alvo, sacaram! Será possÃvel coisa mais boba). E tem também um filho que está sendo seduzido por um pedófilo (outra trama desagradável, principalmente quando é mal desenvolvida como aqui). E sem esquecer o velho pai que está morrendo de câncer (o ilustre Michael Caine).
Como é possÃvel um personagem desses dar uma virada é coisa de cinema (alguém como ele já mais ganharia uma promoção, porque até então o filme só acentua seus defeitos). Não consigo pensar num ator menos adequado para um drama existencial ou um personagem antipático destes do que Nicolas Cage. Bem o tipo do homem que vive levando arremessos de sorvetes na rua.
A moral de que auto-estima, valorização e falta de profissionalismo (ele nem é meteorologista, recebe tudo pronto) só ajuda a tornar a fita chata e depressiva, sem nunca alcançar a humanidade ou singeleza ou mesmo a verdade.
Tudo me pareceu postiço, artificial, exagerado, inverossÃmil, dispensável. A melhor coisa é o poético tÃtulo nacional. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 26 de janeiro de 2006)