Crítica sobre o filme "Coldplay – Live 2003":

Robson Candêo
Coldplay – Live 2003 Por Robson Candêo
| Data: 05/03/2004
Formado no final dos anos 90 por quatro alunos da University College of London, o Coldplay lançou o seu primeiro CD, Parachutes, em novembro de 2000, tendo excelente receptividade por parte da crítica britânica e alcançando o topo das paradas com a música “Yellowâ€. Mas foi com A Rush Of Blood To The Head, lançado em agosto de 2002, que eles se tornaram sensação do brit-pop, recebendo inúmeros prêmios, inclusive o Grammy de Melhor Ãlbum de Música Alternativa, em 2003. O DVD Live 2003 foi gravado durante a turnê deste disco, no Sydney´s Horden Pavilion, na Austrália, em julho de 2003.

Após assistir aos 90 minutos desta bem executada apresentação, chego à conclusão que ela é.... basicamente isso: bem executada! Não chega a ser um elogio, mas também não é uma crítica. A verdade é que o quarteto londrino não acrescenta nenhuma novidade ao apresentar os seus hits – e são vários para uma discografia de apenas dois álbuns – tocando cada música exatamente da mesma maneira que as ouvimos nas gravações de estúdio. De qualquer forma, o faz de maneira competente, interagindo com a platéia e transmitindo a força que cada música trás dentro de si – que é um dos motivos do seu sucesso.

Algumas canções, como “Shiver†e “Everything´s Not Lostâ€, até que não passam tão desapercebidas quanto a audição do disco original, mas é pouco para quem almeja seguir os passos das suas principais influências (U2 e Pink Floyd, só para fica nas mais óbvias), ou pelo menos criar alguma identidade "ao vivo". Também há uma ênfase exagerada no vocalista Chris Martin que, ao piano, protagoniza seu papel de centro das atenções. Isso não o incomoda em absoluto, tocando sozinho ao violão a bela “See You Soon†(do EP The Blue Room). É uma pena que haja tão pouco espaço para o guitarrista, Jon Buckland, responsável por uma coleção de riffs geniais, sem apelar prá chatice do virtuosismo; ou para o baixista e baterista, que estão perfeitos, mas quase que apenas meros coadjuvantes na apresentação. Por outro lado, a banda dá provas de sua inspiração nas faixas novas, “One I Love†e “Mosesâ€.