Por Eron Duarte Fagundes
| Data: 01/03/2006
Pão, amor e ciúme (Pane, amore e gelosia; 1954), de Luigi Comencini, segue as novas aventuras das personagens de Pão, amor e fantasia (1953), do mesmo Comencini, trilhando o caminho do humor italiano comunicativo e da sensualidade de Gina Lollobrigida e da engenhosa interpretação de Vittoria de Sica. Mas este segundo filme é superior ao primeiro: talvez pela presença dum componente mais forte e universal como o sentimento do ciúme, talvez porque Comencini elaborou um pouco melhor sua forma de comédia, que na realização anterior parecia tateante e irregular.
Novamente em cena o universo militar, onde De Sica, de uniforme, exibe seu profundo charme de ator. Hesitando entre seu amor a uma mãe solteira mais madura e sua atração selvagem por uma jovem travessa e perturbadora (a interpretada por Gina), o ser vivido por De Sica constrói ao redor de si todo um universo de contratempos que Comencini explora agora com habilidade.
Nada novo, nada excepcional, nada que faça suspirar o cinemanÃaco. Mas uma história bem contada e que, passados mais de cinqüenta anos, se pode acompanhar sem sustos. O que não acontece à maioria dos filmes daquela época. (Eron Fagundes)