Crítica sobre o filme "Procura-se um Amor Que Goste de Cachorros":

Rubens Ewald Filho
Procura-se um Amor Que Goste de Cachorros Por Rubens Ewald Filho
| Data: 30/01/2006

Pra começar o titulo é errado. Nenhum dos dois protagonistas é especialmente interessado em cachorros, nem gosta tanto assim deles. Eles usam isso apenas para poder anunciar nos sites de busca de romance (ela usa o do irmão, ele nem isso). E na verdade, cachorros tem pouco a ver com a história e mal provocam situações.

Na verdade, esta comédia romântica é bem fraquinha e por mais que a gente se esforce para gostar dela, fica sempre devendo. Ela marca o retorno ao cinema de um roteirista e diretor, Gary Goldberg que é mais bem-sucedido em séries de TV (como “Spin Cityâ€, “Lou Grantâ€, “Sugar Hillâ€). Seus filmes de cinema são medianos (“Meu Pai, uma lição de Vida†com Jack Lemmon, “Bye Bye Love†/ â€Os Descasadosâ€). Aqui, a figura central é Diane Lane, que virou estrela depois de sua indicação ao Oscar, e acertou no gênero recentemente com o encantador “Sob o Sol da Toscanaâ€. Ela faz uma divorciada que é pressionada por sua grande família a encontrar um novo parceiro (Elizabeth Perkins, que já foi estrela de fitas como “Quero ser Grande†faz a irmã mais intrometida e Christopher Plummer é o pai já idoso, mas ainda Don Juan, que está às voltas com várias pretendentes, inclusive Stockard Channing que fica amiga dela). Lembrando os filmes de Claude Lelouch e aqueles comerciais de TV, onde as pessoas ficam se desencontrando só para demorar a ter um final feliz, Diane primeiro se interessa por um fabricante de barcos a remo (John Cusack, sempre competente, nunca brilhante).

O amor é correspondido, mas sucedem outros desencontros, até porque ela é professora de crianças pequenas e isso traz um rival, o pai de um aluno, um machão sedutor (Dermot Mulroney, de “O Casamento do Meu Melhor Amigoâ€).

Concordo com o Roger Ebert que descreve o filme como agradável, discreto, doce e sem nenhuma partícula de suspense. Também concordo que o casal central é de bons atores e pessoas que a gente assiste com prazer, fazendo qualquer coisa. Mas o curioso é que passadas duas semanas de ter assistido o filme, praticamente me esqueci dele. E já me parece menos chocho do que achei na pré-estréia! (Por Rubens Ewald Filho na Clouna Clássicos de 04 de setembro de 2005)